A Justiça é o uso da força para proteger o usufruto pacífico da propriedade e punir os violentos. Só isso. Justiça não tem nada a ver com imposição da moral ou da ética, como os bárbaros defendem.
A chave da liberdade está na defesa e no respeito pela propriedade privada que é consequência lógica da prática do 3º Princípio: III- Não pratique violência (חָמָס), nem cobice. Respeite o usufruto pacífico da propriedade.
A função primordial da Justiça é usar a força para proteger o usufruto pacífico da propriedade e punir os violentos. Só isso. Se a força for estabelecida para legalizar o roubo, seja por meio da exigência de tributos ou de regulamentações (roubo com nome bonito), por óbvio a força tornou-se mais um instrumento de violência (força injusta), isto é, numa força anti-liberdade.
De igual maneira, quando um comportamento moral ou ético é imposto pela força, também viola-se o usufruto pacífico da propriedade e cria-se um paradoxo insuperável: não existe ato verdadeiro de bondade, isto é, ato ético, se ele é forçado, isto é, imposto. Um verdadeiro ato de bondade, necessariamente, precisa ser SEMPRE VOLUNTÁRIO. Se a força (violência) te obriga a fazer caridade, então você não fez caridade, você só agiu porque não tinha escolha e não existe nenhuma bondade nisso. Assim como não existe maldade no ato de um leão matar uma criança e devorá-la na selva. Todo ato de bondade e de maldade SEMPRE SÃO VOLUNTÁRIOS. Se eles não surgem da autodeterminação humana, não há bem, nem mal porque são apenas FATALIDADE imposta por uma força exterior.
Sempre é importante lembrar que toda imposição da moral e da ética viola a autodeterminação humana porque objetivam substituir a autodeterminação individual pela vontade de um terceiro que se julga o “deus de todos”. Faz parte da essência da liberdade humana o exercício da autodeterminação, isto é, escolher os próprios caminhos, o que implica em escolher qual risco se deseja ou não deseja correr com dada escolha que fazemos na vida. Se você tira isso do indivíduo, você o escravizou, arrancou dele a única coisa que o faz humano: sua capacidade de ser causa de si mesmo, isto é, sua autodeterminação natural, única característica que o faz semelhante ao Deus Único. Esta é razão da existência do 8º Princípio Universal e, por isso, ele é tão importante para manutenção da liberdade.
O 7º Princípio protege a liberdade de expressão. Também é um exercício de prática do 1º, 3º e 8º Princípios Universais. Quem não usa a força para revidar palavras e pensamentos vãos aceitou 4 verdades: 1) a outra pessoa é autodeterminantes e só ela pode controlar a si mesma, não outro, nem eu. Eu me controlo a mim mesmo, e por isso mantenho-me em paz. 2) Não sou o Deus da outra pessoa para forçá-la a ter controle sobre si mesma, nem para agir com bondade em relação aos outros ou a mim mesmo; 3) o corpo da outra pessoa é propriedade dela e devo respeitar seu uso pacífico, mesmo quando imoral, como é o caso de quem xinga e quebra as convenções de boa convivência por birra ou falta de educação; 4) enquanto a outra pessoa não iniciar um ato de violência (e não existe violência verbal), devo respeitá-la e compreender que nem todos têm educação ou um elevado nível moral.
Contudo, quando o 7º Princípio é ignorado, as portas da violência se abrem contra o 3º Princípio. Se você não pode escrever ou dizer o que pensa para não “desagradar” os que se ofendem com meras palavras, você foi transformado em escravo. Se você não pode vestir-se como quiser, nem defender ideias idiotas por meio da palavra falada ou escrita, você foi escravizado. Se o mero ato de levantar a mão e destacar um dedo virou “crime”, então você foi escravizado e perdeu a faculdade de usar seu próprio corpo pacificamente como quiser.
Deste modo, toda vez que a moral e a ética são impostas, além de tornar impossível a prática de genuínos atos de bondade, ela é uma clara violação ao exercício da autodeterminação humana, isto é, ao usufruto pacífico da primeira propriedade do indivíduo, a propriedade sobre si mesmo, isto é, da autopropriedade, fonte de todos os Direitos Naturais. É por isso que há o 7º e 8º Princípios Universais. Sem eles, é impossível construir e manter uma sociedade civilizada e pacífica.
Igualmente se você segue uma moral religiosa, jamais deve impô-la pela força a outras pessoas. Caso contrário, violaria, de novo, a autodeterminação humana, além de buscar algo impossível: impor verdadeiros atos de bondade pela força. Nem precisamos comentar como o totalitarismo religioso destrói a liberdade. Basta se lembrar da Idade Média ou olhar para os países islâmicos de hoje.
Além do mais, há algo duro, mas verdadeiro no 12º Princípio: se você realmente acredita que seu Deus é poderoso, então, para quê Ele precisaria que você puna outras pessoas em nome Dele? Por acaso Ele não é forte para punir Ele mesmo quando Ele quiser? Se você punir pessoas por heresia, você só confessa que seu Deus é fraco e impotente. Se você confia que seu Deus irá punir os hereges quando for necessário, você confirma com sua omissão que seu Deus é forte e não precisa de ninguém para agir por Ele.
Praticar o 12º Princípio, além de ser um ato de verdadeira confiança em Deus, evita toda violência praticada em nome da religião que leva necessariamente à escravidão.
Portanto, a chave da Liberdade está na prática dos 12 Princípios, especialmente no 1º, 3º, 7º, 8º e 12º Princípios Universais.
SPQR
Pratique os 12 Princípios Universais.
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