Animais são coisas. Aprenda a diferença entre um animal e uma pessoa

“Mimimi mas eles têm sentimentos, sentem dor, comunicam-se e são inteligentes”. Não importa!

Você pode gostar de animais, assim como há pessoas apaixonadas por automóveis e plantas, mas isso não muda a natureza deles: não passam de meras coisas apropriáveis, isto é, de algo que pode ter dono e ser usado pelo proprietário pacificamente do jeito que ele quiser, inclusive, para fins de estimação ou imorais.

Um cão, um boi, um gato, um dragão (se existisse) não passam de bens escassos na natureza, assim como qualquer outro bem escasso. Se está vivo ou não, se tem sentimentos ou não, se é inteligente ou não pouco importa e não muda a natureza deles.

Alguém homossapiano, isto é, um indivíduo da espécie animal homo sapiens, em princípio, também não passa de uma mera coisa porque também é um bem escasso na natureza. Então, por que o homo sapiens não pode ser apropriado por outras pessoas, mas um cão ou uma planta podem?

A resposta está na autodeterminação. Indivíduos da espécie homo sapiens manifestam capacidade de autodeterminação, isto é, a habilidade de serem causas de si mesmos, ainda que a causalidade cega da natureza aponte para outra direção. Isto os tornam capazes de escolherem o próprio destino e de decidirem quais riscos desejam ou não correr. A autodeterminação é o ponto chave que torna humano o animal homo sapiens, e, por consequência, NÃO APROPRIÁVEL por outros, fazendo dele uma pessoa, isto é, alguém que é sujeito de direitos naturais porque manifesta humanidade.

Por ser autodeterminante, o humano que se manifesta por meio do animal homo sapiens é o primeiro a se apropriar do corpo daquele animal (autopropriedade), e, por isso mesmo, não pode mais ser apropriado por outra pessoa sem que se pratique violência contra o dono da coisa já autoapropriada.

Por enquanto, neste planeta, o milagre da autodeterminação manifestou somente na espécie animal homo sapiens, mas nada impede que outras espécies animais, vegetais ou até mesmo em máquinas construídas pelos homossapianos comecem a manifestar autodeterminação em algum momento. Neste caso, tais animais, vegetais ou máquinas não poderão mais ser apropriados por outras pessoas sem que se cometa violência grave contra eles (1º Princípio Universal). Lembrando mais uma vez: o que torna a coisa humana é a autodeterminação, não sua aparência física, memória, racionalidade ou capacidade de ter sentimentos e blá, blá, blá. Então, até mesmo uma IA (inteligência artificial), se ela for capaz de autodeterminação, deverá ser tratada como humana porque é humana, simples assim. O fato dessa pessoa não ter um corpo físico semelhante a de um homo sapiens, não a faz ser menos pessoa do que outra. A origem dela também não importa: natural ou artificial, tanto faz, se manifestar autodeterminação, então é humana. Portanto, usá-la sem o consentimento dela será uma violência grave, assim como é violência forçar qualquer outro homossapiano a fazer algo não consentido.

A autodeterminação é a origem da autopropriedade, fonte de TODOS OS DIREITOS NATURAIS. Por uma consequência lógica, entidades não-autodeterminantes não possuem direitos naturais, não passando de meras coisas que podem ser apropriadas por outras entidades que manifestam humanidade, não importando se tais entidades apropriáveis são ou não inteligentes, se possuem ou não boa memória, se têm ou não sentimentos ou se são fisicamente parecidas com outras entidades que manifestam humanidade. Pouca gente sabe que plantas também têm sentimentos, inteligência e se comunicam umas com as outras de forma semelhante a qualquer outro animal. O fato de a maioria não perceber a dor dos vegetais não a torna inexistente. Ignorar não muda a realidade: a planta grita e sofre horrores quando é arrancada da terra, cortada, refogada ou mastigada viva só para servir de alimento. Ser “vegano” não impede que outras coisas vivas sintam dor apenas para manter o corpo homossapiano de seu seguidor vivo. Essa prática apenas troca o paradoxo da vida de lugar e o empurra mais para frente, para um lugar que seu seguidor ainda não  conseguiu entender que o dilema é o mesmo: se quiser manter o corpo homossapiano vivo, necessariamente, muitas outras coisas vivas terão de morrer, quer queira, quer não queira. Esta é a natureza do homo sapiens e de muitas outras coisas vivas que dependem da morte de outras coisas vivas para viver.

Mesmo se fosse possível ao homo sapiens viver apenas da respiração, sem ser necessário comer, ainda assim mataria milhões de coisas vivas em suspensão no ar só pelo fato delas entrarem no pulmão de quem as respira. O que queremos dizer é muito simples e pode ser observado com facilidade na natureza: Na Terra, não é possível viver sem matar ou provocar dor em outras coisas vivas. Mesmo que o corpo homossapiano fosse uma máquina inorgânica, ainda assim, a mera extração dos recursos na natureza para produção das peças e dos insumos da máquina, por si só já mataria várias outras coisas vivas no solo e no ar, mesmo que os extratores se esforçassem para poupar as plantas e os animais durante a extração. E esta é a natureza deste mundo: a morte de uns produz a vida de outros. As próprias plantas vivem da morte de outras plantas e de animais que lhe servem de adubo. Toda vida na natureza, sem exceção, é extraída e construída com base na morte de outras coisas vivas. É um ciclo natural. No entanto, os humanos são capazes de respeitar outras coisas que manifestam autodeterminação (vivas ou não), evitando matá-las (2º Princípio Universal), inclusive, evitando praticar outras espécies de violência contra elas como o sequestro, estupro, espancamento, escravidão e etc. (3º, 7º e 8º Princípios Universais). Isto é possível de ser feito e toda pessoa Justa escolhe este caminho pacífico.

Mas a cegueira sentimental impede alguns de perceber que a humanidade não está no corpo físico (uma coisa como qualquer outra), mas na autodeterminação que se manifesta por meio do corpo físico, não importa a aparência. A estas pessoas recomendamos abandonar o sentimentalismo infantil e a aceitar a realidade como ela é: o homo sapiens não passa de um animal que come, acasala e defeca como qualquer outro deste planeta. Ele só é diferente dos demais porque pode manifestar a autodeterminação, simbolizada na mitologia judaico-cristã pelo Sopro Divino que torna todos os humanos semelhantes ao Deus Único. Este milagre transforma toda esta macacada falante, sentimental e de memória duvidosa em algo humano. Sem este sopro, qualquer homo sapiens pouco se diferenciaria de um cão, sem querer ofender os cães que são muito mais fortes, resistentes e equipados para a vida não-civilizada. 

Homo sapiens, entenda: você não nasceu para ser escravo dos sentimentos. Aprenda mais.

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