Causas do Ateísmo

Índice

AteísmoMitos sobre o ateísmo e o agnosticismo

O que é religião?

O que é Deus?

Causas do Ateísmo e do Agnosticismo.

a) O apego excessivo à razão.

A viseira de burro

Os seguidores de Saturno/Cronos

b) Prática anterior de alguma fé sem poder místico;

c) Desejo inconsciente de que o mundo seja o paraíso somado a uma noção equivocada de Deus;

d) Aversão às autoridades e à existência de limites.

As palavras ateu e agnóstico são usadas comumente para designar pessoas que negam a existência de Deus. Entretanto, elas possuem sentido diferente.

O Ateu possui a certeza de que Deus não existe. Para ele, isso está provado. Já o Agnóstico não segue nenhum dogma de fé. Ele não tem certeza se Deus existe, nem que não existe. Ele optou por não seguir nenhum dogma de fé.

Mitos sobre o ateísmo e o agnosticismo

Verdade ou Mentira?

Verdade ou Mentira: nunca acredite no que lhe dizem, observe os fatos. Eles costumam ser melhores juízes do que as pessoas.

Há quem defenda que todos os ateus e agnósticos sejam pessoas perversas e imorais. Nada mais falso. Assim como há ateus e agnósticos maus e devassos também há religiosos maus e devassos. Isso não é o diferencial dos ateus e agnósticos. A maioria deles são pessoas boas que optaram por esse caminho por uma questão de honestidade e sinceridade consigo mesmos.

Na dúvida, basta fazer a simples reflexão: quantos atentados terroristas são feitos por ateus em um ano? Quantos atentados terroristas são feitos por fanáticos islâmicos em 1 ano? Só por aí dá para observar que ser religioso não significa ser alguém capaz de respeitar o próximo.

O Ateísmo e o Agnosticismo também são opções que fazem parte do Direito Natural à autopropriedade (3º Princípio). Esse Direito também engloba o poder de cada indivíduo escolher a orientação de fé que quiser, inclusive a de não seguir nenhuma delas ou até de negá-las.

Neste artigo, estudaremos o que é religião e o que é Deus já que o tema gira em torno da negação desses atributos. E, em seguida, as principais causas que levam as pessoas a desistir da fé em um Criador.

féO que é religião?

Religião é uma palavra que deriva do latim religare e significa “tornar a ligar de novo” ou religar. Para os pagãos, o ser humano está separado de sua Causa Primeira. Assim, o sacerdote funciona como quem liga o fiel à divindade. Ideia de ligação. Sendo assim, as instituições religiosas objetivam ligar o adepto à Divindade de sua crença através de rituais próprios e um conjunto de dogmas a serem seguidos pelos fiéis.

Nesse sentido, este conceito de religião não se aplica ao Judaísmo, nem ao Ainismo. O judaísmo não propõe conectar ninguém a nada. Do ponto de vista judaico é impossível existir algo desconectado da Fonte do Ser. Se isso acontecesse, nem que fosse apenas por uma fração de segundo, o ser deixaria de ser. Por quê? Porque Já estamos permanentemente conectados com a Fonte dos Seres. Quer você acredite, quer não acredite. Portanto, é incorreto designar o judaísmo e o Ainismo como religiões.

Aliás, o judaísmo não tem nada a ver com religião, ele é um modo de ser conforme as orientações da Torá. Igualmente o Ainismo não é uma religião, é um modo de ser de acordo com as Leis Univerais, Leis de Noach, Leis contidas na Torá que o Deus Único exigiu de todos os povos.

Às vezes dizemos que o judaísmo e o Ainismo são religiões, mas não no sentido que usamos aqui, mas no sentido de fé institucionalizada e organizada, assim como o Catolicismo, o Islamismo, o Budismo e outras.

O que é Deus?

É difícil dizer o que é Deus para um não judeu porque envolve a aplicação direta do conhecimento da Cabalá judaica, a tradição mística da Torá.

Árvore da Vida

A Árvore da Vida. Para compreendê-la, é preciso estudar cabalá judaica.

Para os Cabalistas Judeus, nosso universo/multiverso não foi criado de supetão com apenas um ato, mas evolutivamente, gradativamente, por meio de um processo longo e complexo representado esquematicamente pelo TzimTzum e pela formação das dez Sephiroth em cada uma das 4 Olamoth que compõem a Árvore da Vida. Se você não tem nenhuma noção sobre o assunto, recomendo ler os livros “As 3 Dimensões da Kabalá”, autor: Chaim David Zukerwar, e o livro “A Cabala”, autor: Zev Ben Shimon Halevi.

Os judeus raramente usam a palavra Deus e quando o fazem escrevem D’us. O mais comum é que os judeus O chamem de HaShem (O Nome). E isso se dá por alguns motivos. Deus é uma palavra que tem a mesma origem do nome Zeus, a divindade maior dos pagãos gregos. Zeus é filho de Cronos (Saturno), a divindade que personifica o Tempo e a Razão. Dessa forma, Zeus, como filho de Cronos, estaria limitado pelos atributos do pai.

Como veremos mais abaixo, o Eterno não está sujeito a limites. Motivo pelo qual a palavra Deus é evitada. No lugar dela usa-se a palavra Eterno que é um dos atributos Dele. Também é comum o uso do termo HaShem ou HaShem HaKadosh que significa “O Nome” e “O Nome Santo”. Além disso, usa-se a palavra Deus apenas para que os não-judeus compreendam do que se trata, pois o uso da palavra HaShem ou Eterno pode confundir os desabituados a ela.

A grafia D’us é usada como forma de demonstração de respeito por essa forma de se referir a Ele e é usado como uma salvaguarda do mandamento judaico de não profanar os nomes do Eterno. Por isso usam-se tantos sinônimos para se referir a Ele. Evita-se, inclusive, de escrever e pronunciar os verdadeiros Nomes do Eterno que são estudados na Cabalá a fim de cumprir fielmente a Mitzvah.

Na Cabalá, o Eterno é nomeado como Ain Soph ou Ein Soph (אין סוף), Sem-Limites, origem do nome Ainismo. O Sem Limites é a Fonte do Ain Soph Aur (אין סוף אוֹר), “A Luz Sem Limites”.

Ain Soph Aur

Ain Soph Aur

Sem (Ain): não é possível conceituá-Lo, nem pensar sobre Ele, nem fazer referências ou comparações. Absolutamente Nada porque Ele está além de toda criação e de nossa capacidade intelectual e espiritual.

Limite (Soph): sem nenhum limite. Nem de tempo, nem espaço, nem de ser. Espaço e tempo são reconhecidos pela maioria dos estudiosos como limites. No entanto é prudente lembrar que existir também é um limite.

Luz (Aur): apesar de não ter limites, o Eterno irradia-se por toda criação por meio de Sua Luz Imaterial Sem-Limites por meio da qual o Sem-Limites criou as sephiroth e deu origem ao multiverso como o conhecemos.

Por isso, os sábios dizem que o Eterno está escondido acima da Árvore da Vida atrás de três véus. Ou seja: se você acreditar ser capaz de enxergar a Sephira superior de Kether (o que também é impossível), ainda haverá mais 3 véus acima de Kether, impedindo que você sequer tenha noção sobre Deus, o Sem-Limites.

Em resumo: Segundo a Cabalá Judaica, o Eterno é indefinível porque Ele ultrapassa todos os fundamentos usados para referenciar o existente tais como o tempo, o espaço, o ser e as ideias de uno e díade. Sem tais noções não conseguimos sequer pensar sobre algo.

Olamoth e a Árvore da Vida

Olamoth e a Árvore da Vida

Os cabalistas Judeus, ao conversar sobre o Eterno, raramente falam Dele como a Fonte do Ain Soph Aur. Simplesmente o nomeiam por Ein-Soph (Sem Limites). Por quê? Simples: não há nada a dizer, é impossível.

No entanto, segundo a Cabalá, A Luz Imaterial Infinita do Eterno cria as 10 Sephiroth que se desdobram em 4 mundos (Olamoth).

E aqui precisamos fazer uma diferenciação fundamental: a Fonte da Luz Imaterial Sem Limites (Ain Soph, fonte do Ain Soph Aur) da Suas Manifestações na Criação: os Sephiroth. A manifestação não é O Manifestante!

A primeira manifestação do Eterno é chamada de Kether na Cabalá. E ela se desdobra em 4 olamoth: Atzluth, Briah, Yetzirah, Malkut.

A maioria compreende Deus como a “Causa Primeira que não Tem Causa”, enfim: uma das manifestações do Eterno, a saber: Kether no plano de Assiah. E aqui precisamos ressaltar novamente um ponto importante: a manifestação não é o manifestante, apesar do caráter Divino dela.

A tese da Causa Primeira que não tem Causa foi demonstrada por Platão, Aristóteles e São Tomás de Aquino.

Posteriormente, a tese foi “contestada” por Immanuel Kant e muitos acreditaram em Kant apesar do notório erro lógico cometido por ele: Kant dizia que Deus estaria no fim de uma série infinita! Se a série é infinita, não pode ter fim! Se não tem fim, não tem começo, se não tem começo, não tem causa. Se não há causa, não há efeito. No entanto, o multiverso está diante de nossos olhos, logo, há causa e somos forçados, pela lógica, a concordar com os argumentos de Platão, Aristóteles e São Tomás de Aquino.

Normalmente, quando usamos a palavra Deus, estamos nos referindo a “Causa Primeira que não tem causa”. Enfim: a Kether do plano de Assiah.

Note que ainda estamos longe de sequer ter noção do Deus Único que está escondido por três véus acima de Kether de Atziluth!

A maioria das pessoas quando falam de Deus não se referem ao Ain-Soph: à Fonte da Luz Infinita que criou Kether do plano de Assiah. A maioria pensa apenas na causa primeira que não tem causa, isto é, em uma das manifestações de Deus na criação e não no próprio Deus, o Sem-Limites.

Causas do Ateísmo e do Agnosticismo.

São vários fatores que podem influenciar alguém a se tornar ateu ou agnóstico. No entanto, quatro deles são os principais:

a) Apego excessivo à razão;

b) Prática anterior de alguma fé sem poder místico;

c) Desejo inconsciente de que o mundo seja o paraíso somado a uma noção equivocada de Deus;

d) Aversão às autoridades e à existência de limites.

Vejamos cada uma das causas.

a) O apego excessivo à razão.

O apego excessivo à razão também é uma forma de “religião”. Para eliminar a religião supersticiosa do mundo, August Comte criou outra (também supersticiosa) chamada Religião da Humanidade. É uma seita positivista que exalta a razão, o logos, como se fosse uma divindade. E mais, também exalta as ciências como se fossem santas ou auxiliares da razão… Sim, August Comte morreu louco.

A viseira de burro

O positivismo baseia-se no lema hegeliano de que “todo real é racional” e de que “todo racional é real”. Ou seja: para os seguidores da religião da razão, só é real o que a razão é capaz de explicar e conhecer. Da mesma forma, para eles, só é conhecível o que for racional.

Viseira de burro

Viseira de burro: ela é colocada sobre os olhos do animal para diminuir o campo de visão e evitar que ele se assuste com o visto ao redor.

Enfim: eles usam uma viseira de burro chamada de método científico. Se o objeto a ser estudado não se conformar aos padrões que eles adotam como “racionais”, eles simplesmente ignoram o estudo em questão.

Se uma roupa começar a pegar fogo dentro de um balde cheio de água numa residência, eles simplesmente ignorarão o fato. Vão dizer que isso não é real porque não é racional. Que foi um desvio padrão da regra de que coisas não pegam fogo dentro da água entre as temperaturas x e y. E pronto, ficará por isso mesmo.

É nesse sentido que o método deles funciona como uma viseira de burro: se o objeto de estudo não se adequar aos critérios, eles o ignoram como se não existisse, assim como o burro ignora tudo que está tapado pela viseira.

E se você insistir com eles em qualquer estudo que a razão não compreenda, eles vão te tachar de “supersticioso”, “empírico”, “ignorante” e outros preconceitos mais. Eles até lembram os católicos medievais acusando tudo e todos de “heréticos”, “blasfemos” só por ousar discordar do que eles acreditavam como o certo.

Essa viseira de burro é a desculpa para que eles ignorem tudo que “não é racional”. Dessa forma, assuntos ligados à espiritualidade simplesmente são desprezados pelos meios científicos como se fossem bobagens supersticiosas.

Viseira

Os pangarés também usam viseira pelo mesmo motivo: assustam-se a toa. Para evitar problemas, os donos colocam as viseiras nos olhos do animal.

Quem já sofreu com perseguições fantasmagóricas ou presenciou qualquer fenômeno sobrenatural e procurou ajuda científica, já deve ter se deparado com o problema. Os seguidores da religião da razão simplesmente te ignoram abertamente, isso quando não caçoam. Eles sequer se dignam a estudar o caso e, quando muito, sugerem que você deva procurar um psiquiatra. E, mais: se algum deles se interessar no estudo, o restante dos colegas iniciará o trabalho de ridicularizar o dissidente, desacreditá-lo e persegui-lo.

Enfim: os seguidores da religião da razão comportam-se como os fanáticos da Idade Média. Basta alguém pensar diferente deles para se dar início a perseguição e a ridicularizarão. Basta ver como a Psicologia Junguiana e a Parapsicologia são tratadas com desprezo pelos racionais.

No Tanach está escrito que o Eterno, às vezes, comunica-se conosco por meio de sonhos e visões (Jó/Ióv 33:15-16). Os rabinos recomendam não dar crédito em demasia aos sonhos e visões porque eles também podem ser produzidos por influências negativas. Em todo caso, esse alerta rabínico manifesta uma grande verdade: o sonho e as visões são uma forma de contato com o plano espiritual (benigno ou maligno).

Sonhos e visões é o tipo de coisa que os racionais ignoram por não caber dentro da viseira de burro que eles usam.

Os seguidores de Saturno/Cronos

Saturno/Cronos devorando um filho. Francisco de Goya, 1819-1823. Óleo sobre reboco transladado a tela 146 cm × 83 cm cm.

Saturno/Cronos devorando um filho. Francisco de Goya, 1819-1823. Óleo sobre reboco transladado a tela 146 cm × 83 cm cm.

Na mitologia pagã greco-romana, Saturno/Cronos é o símbolo da razão exacerbada. É um aviso profético universal feito pelos gregos há milênios sobre as consequências nefastas do ideal positivista. Do ideal que idolatra uma razão fria e calculista que despreza os valores, a fé, a espiritualidade, a ética, enfim: tudo o que não pode ser compreendido racionalmente.

Saturno/Cronos também é o símbolo da morte, da pobreza, da avareza, da doença, da magreza, da fome, da bruxaria, da materialidade e do homem que ignora fazer parte de algo muito maior e incompreensível. É o símbolo do homem que perdeu sua humanidade por ter perdido a própria alma. Do homem que vive na miséria, mesmo tendo a fartura a sua volta. Do homem que abandonou o céu por ser escuro e mergulhou fundo no inferno em busca da luz das chamas.

Saturno é o Titã destruidor que foi aprisionado pelos Olímpicos no Tártaro. Na Mitologia, se ele sair de lá, sua força destrói a vida na Terra. Nosso mundo hoje é marcado pela veneração excessiva de Saturno, a razão, e isso é extremamente perigoso.

Sim: a ciência curou várias doenças, mas criou milhares de outras. Ela popularizou o acesso à informação, mas tornou as pessoas fúteis e superficiais. Ela resolveu o problema da fome e do conforto, mas colocou toda vida do planeta em risco. Como um Titã, ela encerra grande poder e perigo. Ela é incontrolável e faminta por mais e mais. Na mitologia, Saturno também é o cruel devorador dos próprios filhos. E isso é verdade.

Toda pessoa que é excessivamente racional é devorada pela própria razão da qual é filho. Sua vida perde o significado, ele perde a percepção de que está conectado a algo muito maior. Enfim: ele perde a própria alma.

É nesse sentido que uma pessoa muito racional tem mais facilidade para se tornar ateia. Sem contato com a espiritualidade, sem intuição para perceber que existe mais do que pode ser compreendido e percebido, e, ainda, vestido com uma viseira que o impede de enxergar além, só lhe resta concluir que Deus não existe. E ele estará correto porque é Verdade que Deus não-existe. O Sem-Limites é Além-Existente porque a existência é um limite e Deus transcende todos os limites! A própria Luz Sem Limites por meio da qual tudo foi criado é além-existente, quanto mais o Sem-Limites que criou a Luz Sem-Limites!!

b) Prática anterior de alguma fé sem poder místico;

Muitas vezes quem se torna ateu não o faz porque antes se apegou excessivamente à razão. Pelo contrário, mas porque praticou alguma fé sem poder místico.

Se uma pessoa apresenta um nível de devoção alto dentro de qualquer fé institucionalizada, segue os ensinamentos, faz o que lhe indicam e, ainda assim, não sente nada de espiritual acontecendo em sua vida, eis aí um possível futuro ateu/agnóstico.

Atualmente, é muito comum as pessoas sentirem que a fé que seguem é vazia de poder espiritual. E não é para menos.

Charlatanismo

Charlatanismo: os charlatães são um dos responsáveis pelo crescimento do ateísmo e do agnosticismo. Esses picaretas atrapalham as pessoas a buscar a sabedoria.

Sem as técnicas oriundas da Cabalá, é impossível exercer qualquer atividade mística. Por isso que o Cristianismo em geral tem poder místico restrito. São Paulo, no início da era cristã, convenceu os seguidores da nova fé que todos os livros sobre a Cabalá Judaica deveriam ser queimados. E para piorar: a Igreja Católica Apostólica de Roma foi criada pelo Imperador Romano Constantino por motivo político e não por uma necessidade espiritual.

O Islamismo também é outra fé criada por motivos políticos. Enfim: a espiritualidade não é o forte do Cristianismo, nem do Islamismo e isso fica evidente quando comparamos essas fés com outras.

Além disso, o Positivismo, “a religião da razão”, também se entranhou nas fés do ocidente, especialmente no cristianismo. Tornando-as ainda mais sem espiritualidade, agravando o problema.

Para piorar, no cristianismo há o pensamento de que os sacramentos são “Ex opere operato” que operam por si mesmos, independentemente da nobreza moral e da eficácia sacerdotal de seu agente.

Não é assim que as coisas funcionam: é preciso técnica. A técnica é dada pela Torá. O poder para operar a técnica é dado pelo seu nível de cumprimento honesto da Torá e de quanto você consegue subir pela Árvore da Vida cabalística. É preciso os dois.

Se um ardoroso praticante de qualquer fé começa a perceber que o mundo está vazio de espiritualidade, ele acaba tendendo a buscar uma fé que ofereça isso para ele, e, se não a encontrar, é provável que se torne um ateu/agnóstico.

Lobo em pele de cordeiro

Hipocrisia: o que mais há por aí são lobos em pele de cordeiro. Esses picaretas atrapalham a busca pela sabedoria.

Normalmente o fiel observa o que o sacerdote diz e o que faz. Por exemplo: o Sacerdote da fé dele diz que o fiel precisa ter um comportamento X ou Deus o punirá. Entretanto, o próprio sacerdote é um molestador de criancinhas ou um violador de mulheres casadas de sua Igreja.

Ora, o que esperar desse fiel a não ser que pense ser uma grande palhaçada tudo o que o sacerdote diz? O fiel, nesse caso, sente-se traído, enganado. E é muito comum que ele pense que Deus não exista e que tudo aquilo foi feito apenas para tirar proveito dele. E de fato, há muitos motivos para que ele pense assim.

As contradições religiosas, a hipocrisia das instituições e os sacerdotes aproveitadores são grandes causadores de desgosto nas pessoas que buscam a sabedoria com sinceridade. Um exemplo foi o Papa Júlio II. Para financiar suas guerras particulares e sua vaidade, vendia indulgências sem nenhum remorso de consciência. Atualmente temos várias seitas cristãs e “judaicas” que exploram financeiramente seus fiéis vendendo lotes no céu e perdão dos pecados.

E não é só isso, ainda há o grave problema da violência e trapaça cometidas em nome da fé. Por exemplo:

Inquisição

Inquisição: ela era criativa na arte de torturar e queimar pessoas vivas em nome de Jesus Cristo.

a) A violência e intolerância dos cavaleiros cruzados na Idade Média contra judeus, muçulmanos e os próprios cristãos (o saque vergonhoso de Constantinopla);

b) No séc. IX, clérigos assassinaram vários papas por força de venenos e pauladas para assumir o papado;

c) julgamentos insanos como o do Papa Formoso pelo Papa Estevão VII. O Papa Formoso, que já estava morto, foi acusado em um tribunal e condenado. A pena: teve seus dedos cortados e seu corpo atirado no rio Tibre como punição! Sim, colheram depoimento de alguém morto e condenaram alguém já morto! (COLLINS, 2000, p. 95, 122, 124-126)

d) a Inquisição: ela assassinou, queimou e perseguiu todos que a Igreja Católica quis em nome de Jesus Cristo. Mulheres foram perseguidas sob a desculpa de bruxaria, inclusive livres pensadores, comerciantes e Judeus. Foi uma verdadeira loucura. Só em Minas gerais durante o Séc. XVIII, 2613 pessoas foram condenadas pela Inquisição (FERNANDES, 2004, P. 114). Na Europa, a situação era muito pior!

e) Martinho Lutero, crítico da Igreja Católica e fundador do Protestantismo (os cristãos evangélicos). Ele escreveu um livro chamado “Sobre os Judeus e suas mentiras” que incentivava o assassinato de Judeus e o ódio contra judeus na Alemanha. Esse canalha, visto como um “libertador” por muitos, é um dos pais ideológicos do Nazismo que assassinou brutalmente 6 milhões de judeus no séc. XX.

f) Radicalismo islâmico: atualmente milhares de pessoas são mortas todo mês por radicais islâmicos. Basta abrir qualquer jornal e ler as notícias internacionais. Certamente lá haverá um atentado com vários mortos cometidos por alguém em nome de Alá, o “Clemente e Misericordioso”.

g) falsos movimentos Bnei Noach. No Brasil há vários picaretas da fé, inclusive no meio judaico que se aproveitam da boa fé dos gentios para mentir e arrancar dinheiro deles. Eles obrigam não-judeus a cumprirem obrigações judaicas e impedem os descendentes de judeus de praticarem Torá sob o falso argumento de que eles seriam “bnei noach”. O pacto que o Deus Único celebrou com a descendência de Jacó é perpétuo e não pode ser quebrado por nenhuma pessoa (Gênese/Bereshit 17:7 e Deuteronômio/Devarim 28:46). E o pior: eles ensinam pessoas que querem praticar Torá, a cumprirem as ordens do Deus Único de forma ERRADA, violando os preceitos que o Deus Único estabeleceu, sob a desculpa de que somente “judeus com diplomas” poderiam praticá-los. O Deus Único não liga para diplomas. O Deus Único sempre criticou duramente o falso sacerdócio e os reis corruptos. Na dúvida, estude os profetas, todos eles deram voadora com dois pés nos peitos destes aproveitadores sem vergonha. Quem são os Bnei Noach de verdade? Quem não é judeu, nem é descendente de judeu. Qual a obrigação deles? Praticar os 12 Princípios. Só isso e mais nada. No Brasil há um falso movimento Bnei Noach muito famoso, liderado por um judeu fantasiado, um falso pastor de Israel. Este falso movimento Bnei Noach critica os cristãos por terem acreditado num “falso messias”, mas propõe outro falso messias no lugar: o rebe de Lubavitch, que não é o Mashiach judeu. Quando um Bnei Anussim se depara com este tipo de coisa, ele se sente rejeitado. Se for um gentio inteligente, perceberá que querem obrigá-lo a fazer coisas de que não precisa ou querem imepedi-lo de praticar Torá. Tudo isso é decepcionante e pode fazer a pessoa se tornar ateia quando ela percebe a corrupção e a podridão entranhados entre os falsos sacerdotes de Israel.

h) Os falsos sacerdotes de Israel que se fantasiam de judeus e têm “diplomas” de Judeu.  Às vezes o Deus Único chama as pessoas para o serviço Divino por meio de sonhos, visões ou uma intuição forte de praticar judaísmo ou de abandonar fés corruptas. Por isso, sentem-se motivadas a procurar um rabino para orientação. Como não é grande a surpresa delas quando descobrem que o “rabino” não as quer porque elas não têm “diploma de judeu”. O Deus Único não liga para diplomas. Ele não perguntou para Ruth se ela tinha diploma, não perguntou para o sogro de Moisés se ele tinha diploma e não perguntou para Calebe se ele tinha diploma. Todas essas pessoas, sem nenhuma formalidade, e porque quiseram, passaram a praticar judaísmo e se tornaram judias, mesmo não sendo descendentes diretas de Abraão, Isaac ou Jacó. Para você ter Ideia de como o Deus Único não liga para Diplomas, o Mashiach será um descendente de Ruth, isto é, de uma mulher não-judia que quis se tornar judia, mesmo não tendo vínculo genético com os patriarcas. Da descendência dela, virá o homem que coroará o fim da violência neste mundo! Quem quiser praticar Torá ou for descendente de Judeu, não pode ser impedido de dedicar-se ao Sacerdócio Santo porque isso é uma abominação que viola o 12º Princípio e atrai as palavras que o Eterno ordenou Ezequiel dizer (Ezequiel 34: 2-22). No entanto, o que ocorreu? Muitas pessoas, principalmente Bnei Anussim e gentios sedentos de praticar o Judaísmo, por não conhecerem as palavras do Profeta Ezequiel, acabam se deparando com os falsos sacerdotes de Israel: os fantasiados de judeus, mas que não cumprem as escrituras do Deus Único. Estes falsos pastores de Israel impedem os descendentes de judeus de retornarem ao Judaísmo e impedem gentios vocacionados de se tornarem sacerdotes santos, realizando a Profecia de Ezequiel. Quando essas pessoas não conhecem a palavra do profeta, terminam por perder sua motivação espiritual e tendem a perder completamente a fé no Deus Único.

Homens-bomba

Homens-bomba: eles matam em nome de Alá, o Clemente e Misericordiso. Surgiram durante a guerra do Irã e Iraque (1980-1988). Eles conseguem ferir pessoas a um raio de até 200 metros da explosão por causa dos pregos, bolinhas de ferro e pedaços de vidro que são adicionados junto a massa explosiva C-4.

Depois de tanta desgraça e trapaça cometidas em nome da fé, como culpar alguém por se tornar ateu ou agnóstico?

E para piorar, a busca pela sabedoria é dificultada pela imensa quantidade de picaretas que atrapalham o buscador de encontrar algo realmente valoroso.

Portanto, a prática de uma fé sem poder místico, eivada de contradições, mentiras e hipocrisia pode levar o fiel a se tornar ateu/agnóstico ainda mais se o sacerdote for um picareta. Quem está sinceramente interessado em buscar a sabedoria não tolera falsas instituições de fé. Por uma questão de princípios, ele prefere não acreditar em nada do que em uma mentira.

c) Desejo inconsciente de que o mundo seja o paraíso somado a uma noção equivocada de Deus;

No seu íntimo, a pessoa nutre um desejo intenso de que a bondade seja universal. E também acredita, inconscientemente, que Deus seja alguém muito melhor do que ela.

Por causa disso, quando ela olha para o mundo e vê tanta violência, ela simplesmente se revolta.

Como ela recusa a existência do mal no mundo, ela também acredita ser impossível que Deus o aceite, já que ela pensa que Deus é alguém muito melhor do que ela.

Ela pensa que se Deus existisse, Ele não permitiria o mal no mundo, pois se ela quer o bem de todos e tudo, Deus deveria querer muito mais do que ela.

Quando ela olha para o mundo e vê animais se devorando uns aos outros para sobreviver, catástrofes naturais, violência bárbara e tantas doenças, ela não aceita que um Deus possa ter feito a vida assim. Na cabeça dela, isso é muito cruel para ser a obra de um Deus.

faz de conta

O mundo não é um faz de conta. Nele existe a vida e a morte. O bem o e o mal. Animais se devoram para sobreviver e porquinhos não constroem casas, nem cantam nas janelas.

Além disso, há o mal humano no mundo: trapaça, mentiras, golpes, enganações, guerras, conspirações, assassinato, estupros e outros. E tudo leva a crer que o mais forte e o mais desonesto sempre está em vantagem sobre o honesto e o justo (especialmente no Brasil). Daí a pessoa pensa: “se existisse um Deus, Ele jamais permitiria isso”.

Então, essa pessoa conclui que Deus não existe. E ela o faz porque, no fundo, ela deseja que o mundo seja o paraíso.

Mas o mundo não é o paraíso. O mundo é o lugar onde o mal pode existir e precisa existir para que a Grande Obra da Criação se realize. Qual obra? Nós. Se o mundo fosse o paraíso, jamais poderíamos ser livres. Não haveria escolha. Seria apenas o pão da vergonha. Não haveria nenhum mérito em nossas conquistas, pois nem mesmo haveria conquistas.

Quem conhece a Cabalá sabe que o mal no mundo é uma parte fundamental para nosso crescimento. Em todo caso é bom frisar:

1) Não. Aqui não é o Paraíso.

2) Deus não é um Super-Homem. Nós somos limitados, mesmo se fôssemos Super. O Eterno não é limitado, nem um limitado-Super. Lembre-se do significado de Ain Soph (sem limites). Deus é Sem-Limites.

d) Aversão às autoridades e à existência de limites.

Anarquia

Anarquismo: seus adeptos não aceitam nenhuma forma de autoridade imposta pela violência. Quando esta doutrina desrespeita os 12 Princípios, ela perverte-se. Duvida? Então pesquise. Você encontrará os black-blocs, antifas, ancoms e várias outras perversões deste ideal.

Algumas pessoas possuem aversão total a qualquer tipo de autoridade ou limites. Elas não aceitam a ideia de hierarquia e limitação e, por isso, acham absurdo restringir as suas ações em função dos outros. Elas são rebeldes. Tendem a desrespeitar o pai e a mãe porque eles são vistos como uma “primeira autoridade”. Elas também odeiam a polícia, o sacerdócio ou a chefia, não pelos motivos corretos (os 12 Princípios) mas porque são contra tudo e todos que possam exercer qualquer influência sobre elas (rebeldia).

Estas pessoas também não aceitam a Natureza porque tudo nela é limitado e segue uma ordem. Dessa maneira, elas buscam desafiá-la o tempo todo porque vêm nela uma imposição de limites. Limites que elas não aceitam de nenhuma maneira, mesmo se forem derivados da natureza.

Como Deus é a Autoridade Máxima de todo existente e além-existente, eles se rebelam contra Ele pelo mesmo motivo: não aceitam nenhum tipo de autoridade ou limite. É a expressão máxima da perversão do anarquismo.

Referências

COLLINS, Padre Michael, PRICE, Pastor Mathew A. História do Cristianismo. São Paulo: Loyola, 2000.

FERNANDES, Neusa. A Inquisição em Minas Gerais no Século XVIII. 2.ed. Rio de Janeiro: UERJ, 2004.