1º PASSO: DEIXE DE SER POBRE E NÃO IDOLATRE
Para que você possa ajudar alguém em condições piores que a sua, primeiro deve sair da merda física ou espiritual em que se encontra. Aceite esta dura verdade da vida: cada um está no lugar certo, seja porque quer ou, no mínimo, aceitou estar, inclusive, você. Ajude-se e já será um pobre a menos no mundo.
Quando você assumir a responsabilidade por sua situação e se comprometer a vencer os desafios da sua vida sem violar os 12 Princípios Universais, você poderá adquirir a riqueza física ou espiritual necessária para iniciar a prática da caridade verdadeira (11º Princípio Universal).
Mas tome cuidado com a idolatria! Você deve se lembrar de que muitas pessoas estão em situação que você julga “ruim” porque elas querem. Quando essas pessoas estiverem em paz, aceite, mesmo que o caminho trilhado por elas possa ser considerado imoral ou autodestrutivo. Por exemplo: fulana é prostituta. Por mais perigoso que esse caminho possa ser, ela paga as próprias contas com o suor do próprio trabalho e não força ninguém a comprar os serviços dela. Portanto, fulana vive em paz. Outro exemplo: beltrano bebe até cair todos os dias, mas bebe com o próprio dinheiro, não rouba, nem violenta outras pessoas quando está bêbado ou são. Igualmente, beltrano vive em paz, apesar de que, possivelmente, não viverá muito se continuar nesse caminho. Finalmente, ciclano é uma pessoa chata demais. É alguém totalmente sem educação que vive xingando e dizendo palavras ardidas para as pessoas próximas, mas ciclano não rouba e paga as próprias contas. Igualmente, é mais uma pessoa que vive em paz, apesar de possivelmente malquista pelos que vivem perto dela.
Não é fácil, mas jamais devemos interferir na vida de quem vive em paz, mesmo quando discordamos deles. Lembrando que interferir vem do latim “inter” (entre) e “ferire”, (bater/ferir). Interferir, portanto, significa pular no meio para bater, isto é, usar a força entre algo. Não custa lembrar de que a verdadeira tolerância exige a prática constante do 3º, 7º, 8º e 12º Princípios Universais.
Sendo assim, a interferência na vida alheia é excepcional, e só pode ser executada para cessar a violência ou puni-la. Isto é, para parar uma violência iminente ou que já está acontecendo (2º Princípio Universal) ou para punir quem praticou violência (6º Princípio Universal). Mesmo assim, cabe somente a vítima ou o sucessor da vítima decidir qual será a punição a ser aplicada até o máximo permitido para a violência cometida. Terceiros não podem punir em nome da vítima ou do sucessor dela. Se fizerem isso, terão praticado violência. Por consequência, poderão ser punidos pela vítima ou pelo sucessor. Finalmente, não cabe a nós punir os atos de heresia. Tal punição só pode ser aplicada pelo próprio Deus Único. Por exemplo, suponhamos que fulana, a prostituta do exemplo anterior, seja uma judia que prestou serviços sexuais para judeus e não-judeus. A prostituição é totalmente proibida para judeus pelo Deus Único, seja como prestadores de serviços ou tomadores de serviço. Portanto, um não judeu que contrata uma prostituta judia comete um pecado tão grave quanto o do judeu que pratica a prostituição. Assim, apesar de prestar ou tomar tais serviços sejam ações pacíficas, isto é, praticadas sem violência. É certo que tais atos configuram heresia, isto é, um grave pecado contra o Deus Único. Como tal, somente o Deus Único pode punir a heresia, nos termos do 12º Princípio Universal. Quem usa a força para punir hereges terá praticado violência e transformado a si mesmo em um herege muito pior: aquele que pratica heresia em nome de Deus, o que consubstancia um pecado exponencialmente pior (Ezequiel 34).
Fora das hipóteses permitidas pelo 2º e 6º Princípios universais, qualquer um que tente interferir na vida alheia errará por idolatria (1º Princípio), cobiça (3º Princípio) ou heresia (12º Princípio), uma vez que poderá tentar se colocar no lugar de Deus e forçar o destinatário da caridade a “escolher” o julgado “melhor” pelo falso-Deus. Se você não matar a idolatria dentro de si, perverterá a caridade e cairá no erro fatal de achar-se Deus. Por consequência, desrespeitará o 3º, 7º, 8º e 12º Princípios Universais para tentar impor sua moral para os pobres por meio da violência. Isso, inevitavelmente, resultará em mais roubo e escravidão com “a melhor das intenções” (3º Princípio). Ao invés de um instrumento da Luz do Deus Único neste muno, você se tornará em mais um buraco negro das trevas com a “melhor das intenções”. Jamais faça tais coisas! A idolatria é a causa de toda violência, cobiça e falso moralismo! Não idolatre!
Lembre-se: cada pessoa sabe o que é melhor para ela. Você não é Deus para fazer este papel. O primeiro ato de caridade verdadeira, ato absolutamente necessário para a prática de qualquer outro ato de caridade genuína, é RESPEITAR O PRÓXIMO. Isto é, deixe que o outro trilhe caminhos imorais ou autodestrutivos, mesmo quando você não concordar, desde que a outra pessoa faça isso em paz, isto é, sem agredir fisicamente outras pessoas sem o consentimento delas! Se você não fizer isso, jamais será capaz de praticar a verdadeira caridade.
2º PASSO: PARE DE MULTIPLICAR OS POBRES POR MEIO DO ROUBO E DA COBIÇA.
Isto significa que você deve começar a recusar todos os caminhos de violência e de cobiça, inclusive, os caminhos legalizados. Lembrando de que a cobiça é a concordância com a violência ou desejo de violência. O roubo é a maior fonte de pobreza de todas, ele faz um vinho de R$2,65 custar R$40,00, um sapato de R$7,00 custar R$80,00, um atendimento médico de R$4,50 custar R$250,00!! Se você quer ajudar os pobres de verdade, pare de aumentar o custo de vida deles! O roubo mantém pessoas desempregadas por causa das leis de “salário mínimo”. O roubo impede que novos negócios e oportunidades surjam por causa das regulamentações (roubo com nome bonito), criando uma legião de pobres sem perspectiva na vida. Pare de alimentar este monstro! Dê um basta à cobiça.
Portanto, se você quer mesmo ajudar os pobres, deve se tornar inimigo declarado da violência em todas as suas formas, inclusive, a legalizada, caso contrário, só aumentará o número de pobres e de miseráveis no mundo e falhará em ajudar os pobres. Isto significa que você deve se tornar um defensor tenaz do 3º Princípio Universal: “III-Não pratique violência (חָמָס), nem cobice. Respeite o usufruto pacífico da propriedade“. Em outras palavras: aprenda a dar um pé na bunda de todas as ideias socialistas, não importa se destras ou canhotas. Aprenda a eliminar o roubo e a escravidão da sua vida, da sua mente e de todos os seus desejos! Pare de querer mandar na vida dos outros para o “bem deles”, você não é Deus.
3º PASSO: PRATIQUE A CARIDADE VERDADEIRA
Uma vez que você já respeita a autodeterminação pacífica de cada pessoa (1º Princípio), e venceu a tentação de querer ser o Deus do outro e de impor sua moral particular por meio da violência (3º, 8º e 12º Princípios Universais), você já pode usar a sua riqueza física ou espiritual para ajudar o próximo. Lembrando de que você nem precisa de dinheiro para ajudar. Você pode utilizar o seu próprio trabalho. Sempre existe um idoso precisando de auxílio para tarefas mais braçais, sempre há uma mãe precisando de alguém para ajudar com a criança, sempre há um jardim precisando de manutenção, sempre há oportunidades de levar beleza e facilidade para o próximo, basta você querer. Quando realmente queremos ajudar o próximo, encontramos um caminho de paz (11º Princípio). E caminhos de paz respeitam os 12 Princípios Universais.
CARIDADE NÃO É SÓ “SAIR AJUDANDO OS OUTROS”. É PARA AJUDAR O PRÓXIMO.
A Caridade Verdadeira é sempre VOLUNTÁRIA e exige que o dinheiro ou ajuda seja destinada ao PRÓXIMO, isto é, quem ESTÁ PERTO DE VOCÊ. Por quê? Porque quem está PERTO dá para você intuir se a ajuda será usada para o destinatário crescer ou se destruir. Por óbvio, se tudo indicar que a ajuda será usada para a destruição, você NÃO DEVE AJUDAR o próximo, escolha outra pessoa. Esta é a essência do 11º Princípio Universal: “XI- Faça Caridade verdadeira”.
O Ideal é que a caridade seja praticada nesta ordem:
- 1º Com você. Deixe de ser um pobre/miserável.
- 2º Dentro de casa com a família;
- 3º Com os parentes próximos;
- 4º Com os vizinhos e conhecidos do trabalho;
- 5º Com as pessoas conhecidas da sua cidade;
- 6º Por meio de instituições de caridade que você CONHEÇA POR DENTRO para não deixar que seus recursos sejam roubados, nem usados por ladrões legalizados para fazer palanque eleitoral com sua ajuda. Na dúvida, NÃO AJUDE tais instituições.
Quando ajudamos alguém a crescer ou melhorar, multiplicamos o bem e participamos do bem praticado em todos os efeitos-borboletas daquele ato neste universo e nos demais multiversos. É um mérito enorme! Contudo, quando ajudamos um perverso, multiplicamos o mal e a violência neste mundo e participamos do mal e da violência gerados aqui e em todos os multiversos!! É um karma gigantesco! Por isso, escolha com sabedoria quem será ajudado. Dizer não aos maus e boicotar os perversos também são formas válidas de caridade. Lembre-se que PERVERSOS JAMAIS DEVEM SER AJUDADOS (5º Princípio Universal).
A caridade deve ser feita voluntariamente, sempre que você quiser ou se sentir triste. Quando sentir tristeza, é obrigatório praticar caridade. Ela eliminará a tristeza de seu coração e fará bem para você e para a pessoa ajudada. Por óbvio, mesmo nessa situação, perversos jamais devem ser ajudados.
PRATIQUE CARIDADE SEMPRE QUE SE SENTIR TRISTE OU DEPRIMIDO
A depressão é a ausência de si. Um meio do inconsciente chamar a atenção para a falta de sentido da vida. Pode-se ignorá-la. Pode-se medicá-la. Mas, o eco que emana do fundo do abismo ainda estará lá, dormente, pronto para saltar e te lembrar que é necessário nascer agora e exercer a própria autodeterminação. A depressão é o sinal do inconsciente para mostrar que sua vida não depende dos outros, nem da sua situação. Ela é inteiramente responsabilidade sua. Você não precisa ser “motivado”, nem “desmotivado” por fatores externos porque você é causa de si mesmo e pode caminhar ou não caminhar para qualquer direção que escolher. A depressão só prova que se você quiser fazer, você faz, se não quiser, você não faz. No fundo, ela é a lembrança inconveniente e politicamente incorreta de que sua vida graciosa ou desgraçada é responsabilidade exclusivamente sua.
A depressão só pode ser eliminada quando você aceitar a sua natureza autodeterminante e decidir exercê-la. E para tanto, não há nada melhor do que praticar caridade verdadeira, conforme orienta o 11º Princípio Universal.
DOAÇÕES PARA INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS. CUIDADO COM A GANÂNCIA DOS FALSOS SACERDOTES
Finalmente, se o seu sacerdote exige dízimo sob ameaça, NÃO PAGUE. Lembre-se: Deus não precisa do seu seu dinheiro. Há duas classes de dízimos estatuídas pelo Deus Único, todas ordenadas SOMENTE para os judeus. Logo, se você não é judeu, o mandamento Divino não se aplica a você (12º Princípio Universal). A primeira classe tinha a finalidade de construir o Tabernáculo e, depois, o Grande Templo que não existe mais. Este mandamento só voltará a ter efetividade quando Mashiach reconstruir o 3º Templo. Mesmo assim, a contribuição para a construção deverá ser paga voluntariamente (Shemot/Êxodo 35:29), exceto, por óbvio, se o Deus Único orientar de forma diversa, o que não acreditamos.
A segunda classe tem a ver com o dever judaico de dedicar-se ao Sacerdócio Santo e de ajudar os necessitados em razão do pacto celebrado com o Deus Único. Das 12 Tribos de Israel, somente a tribo de Levi não recebeu porções de terras designadas pelo Deus Único após entrarem na Terra Prometida. Todas as demais tribos receberam. Por quê? Porque o Eterno ordenou às outras 11 Tribos que elas fossem diretamente responsáveis pelo sustento da Tribo de Levi, que é uma tribo especializada em estudo, ensino e conservação da Torá do Deus Único e outras atividades sacerdotais mais específicas, diferentemente das outras tribos judaicas que, além do Sacerdócio Santo, também executavam tarefas mais mundanas a fim de garantir a sobrevivência, a prosperidade e a proteção de todo povo judeu. Sobre esse dízimo, o Eterno ordenou expressamente às 11 tribos que elas separassem a décima parte do produto da terra para os levitas, mas também para os necessitados, incluindo entre eles, os estrangeiros, os órfãos e as viúvas (Bamidbar/Números: 18: 21-24, Devarim/Deuteronômio 26:11-16). Assim, o Eterno concedeu às 11 Tribos a oportunidade de participar das tarefas especializadas dos levitas por meio do dízimo, lembrando de que as 11 Tribos, em razão de suas atividades importantes e igualmente necessárias a todo povo judeu, estavam impossibilitadas de participar ativamente das tarefas sacerdotais mais específicas no dia-a-dia, apesar de, assim como os Levitas, também estarem obrigados a estudar e praticar a Torá na medida de suas possibilidades.
Observe que o Eterno também concedeu às 11 Tribos, por meio da ajuda aos necessitados, a oportunidade de exercer o Sacerdócio Santo diretamente. Note que esta é a essência de todo Sacerdócio Santo: ajudar o necessitado a se elevar, MESMO SE FOR ESTRANGEIRO, isto é, se for um forasteiro que não pratica Torá, mesmo se for Viúva ou Órfão, com todas as implicações morais que isso possa ter. E essa ajuda deve ser concedida pelo Sacerdote Santo não porque o destinatário a merece, mas em razão do amor que o Sacerdote Santo deve devotar ao Deus Único, amor que é manifestado no compromisso de cumprir exatamente cada orientação Divina, isto é, no compromisso de praticar Torá com atenção e o máximo de cuidado a cada detalhe. Aponte-se que esta missão não foi terceirizada para a tribo de Levi, o Eterno a manteve na íntegra para todas as Tribos.
Assim, por meio do estatuto do dízimo aos Levitas e necessitados, o Eterno conciliou a necessidade de sobrevivência de todo povo judeu com o dever de TODOS OS JUDEUS exercerem o Sacerdócio Santo (Shemot/Êxodo 19:6), pouco importando o sexo, idade ou profissão. Lembrando de que o Levita não é mais Sacerdote Santo que o comerciante judeu ou a dona de casa judia. Todos os judeus, sem exceção, são Sacerdotes Santos e devem praticar a Torá com o máximo de fidelidade e compromisso, cada um conforme o Deus Único ordenou, cada pessoa conforme sua capacidade.
E, aqui tem-se uma diferença fundamental dos judeus para os outros povos: enquanto a caridade para os outros povos é voluntária, para o judeu é OBRIGATÓRIA. E, mais uma vez, lembramos, o Eterno ordenou ao judeu separar 10% de suas rendas para os levitas e para os necessitados. Mais uma vez, repetimos, da própria renda, não da renda do vizinho! Menos ainda da renda do não judeu que não possui essa obrigação exigida pelo Deus Único somente dos judeus. Obrigação cujo descumprimento caracteriza uma heresia que só pode ser punida pelo próprio Deus, conforme já expomos. Logo, mesmo nesse caso, é uma aberração alguém se achar no “direito” de obrigar o vizinho judeu a pagar o dízimo por meio da força bruta, mais aberração ainda quando o judeu obriga um não judeu por meio da violência, inclusive, a legalizada (os impostos estatais). Lembrando de que além do dízimo, o judeu possui várias outras obrigações para o Deus Único que também afetam o patrimônio e sua renda (Shemot/Êxodo 34:18-21). Todas elas, sem exceção, são obrigações de Santidade que os Sacerdotes Santos devem executar para se manterem puros perante o Deus Único. Por óbvio, nada disso é obrigatório para o não-judeu (12º Princípio Universal). Logo, um não judeu que come carne de porco, contrata prostitutas não-judias ou trabalha no Shabat, desde que o faça em paz, não estará em pecado, nem em débito com o Deus Único porque não possui dever de santidade, diferentemente de um judeu que pratica tais coisas. E não custa lembrar, TODO JUDEU TEM ESSA OBRIGAÇÃO, TODO, SEM EXCEÇÃO. Qualquer judeu que pratica tais coisas, recomendamos que faça teshuvá imediatamente! Caso contrário, poderá sofrer severas punições executadas pelo próprio Deus Único (Vayicrá/Levítico 26:14-44).
Portanto, se você não é judeu, e quiser fazer doações para a sua instituição religiosa, faça apenas se você quiser porque você não é obrigado. E se você for judeu, cumpra seu dever, conforme o Deus Único ordenou. Lembre-se: antes de contribuir, certifique-se de que os recursos serão bem utilizados. Na dúvida, não contribua. Faça você mesmo a caridade. Cuidado com os falsos sacerdotes (Ezequiel 34).
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